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O Caminho - Díptico

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Figura 1- Caminho, díptico, Eduardo França, 2020    As mãos, assim como os anéis das árvores, espelham a idade e as condições de vida de cada pessoa. como reflexo do tempo da vida. A seta é um símbolo universal de indicação do caminho a seguir.  Um dos símbolos mais conhecidos do mundo, é a seta amarela, que guia os peregrinos no caminho de Santiago de Compostela.  O ocaso, o momento em que o Sol atravessa a linha do horizonte e desaparece da nossa vista, é o destino diário do astro que, tal qual Sísifo, está condenado a percorrer diariamente o mesmo caminho, entre o nascimento e a morte.  A seta formada pelas mãos, indicam o caminho. No caso o caminho comum a todas as pessoas, o caminho para o ocaso.  A forma criada com as mãos também lembra uma ave, uma ave que também está presente na outra fotografia que segue na mesma direção.  A palheta de cores das duas fotos do díptico, são semelhantes dando unidade ao conjunto.  Explorando outras possibilidades. A junção das duas imagens, form

GEOMETRIA FOTOGRÁFICA

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  “ Toda mensagem tem uma tripla leitura: fala do objeto, fala do sujeito e nos fala do próprio meio. Para a fotografia, essas três facetas foram denominadas graficamente por Joan Costa como olho objeto e objetiva. A existência desses três aspectos não implica necessariamente um equilíbrio entre eles, mas, como se de três coordenadas se tratasse, toda mensagem se posicionaria em um ponto determinado por proximidade ou afastamento dessas três referências. ” [1] O texto acima está no artigo Pecados Originais, do livro O beijo de Judas, Fotografia e Verdade, de Juan Fontcuberta. Ao ler este parágrafo, talvez pela minha formação original de cunho matemático, comecei a imaginar que cada imagem poderia ser plotada como um ponto num espaço tridimensional, segundo a leitura do observador, considerando estes três parâmetros como coordenadas. Para clarear as ideias, na origem, estão todas as imagens fotográficas que ainda não foram feitas, podemos então nos concentrar nas imagens fotográfica

Especulações sobre o futuro

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Vou iniciar esta postagem mostrando 4 fotos minhas. Pão de Açúcar, Rio de Janeiro, Eduardo França, 2021 Times Square, Nova York, Eduardo França, 2021 Vista do Porto a partir de Vila Nova de Gaia, Eduardo França, 2021 Capela do Sr, da Pedra, Vila Nova de Gaia, Eduardo França, 2021 São imagens comuns, que poderiam ser feitas por qualquer turista que estivesse visitando estes lugares, 2 imagens panorâmicas e duas no formato 5” x 7”. A princípio não há porque dar-lhes algum destaque. Vajamos! Um amigo postou num grupo as fotos abaixo obtidas por 5 gerações de iPhones. https://www.dxomark.com/disruptive-technologies-mobile-imaging-taking-smartphone-cameras-next-level/ De pronto é impressionante a melhoria da qualidade da imagem obtida pelo telemóvel da Apple. Porém, olhando para estas imagens começamos a refletir e a especular. Até agora, o instante que o fotógrafo aperta o botão que abre o obturador é um momento especial onde seleciona o espaço e o tempo que estará eternizado naquela ima

O Tempo de Deus

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Tempo de Deus #04, Eduardo França, 2021 A imagem abaixo, foi feita pelo telescópio espacial Hubble, e mostra a Nebulosa Borboleta, localizada na constelação de Escorpião, é uma nebulosa planetária bipolar o que dá a forma característica que lhe dá o nome. Por NASA, ESA and the Hubble SM4 ERO Team - http://www.hubblesite.org/newscenter/archive/releases/2009/25/image/f/, Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=7777740 Formada a partir da morte de uma estrela, em seu centro encontra-se uma das oito anãs brancas detectadas entre as centenas de sistemas estelares próximos do Sol. A nebulosa vai se expandir e eventualmente formará uma nova estrela. Esta imagem, produto da morte leva também a uma outra imagem do começo da vida como proposta por Michelangelo Buonarotti na Criação  que se encontra no teto da Capela Sistina. Michelangelo, Public domain, via Wikimedia Commons Somente daqui a 1880 anos vamos poder observar o estado da Nebulosa Borboleta na data em que Mich

Algumas perguntas para ajudar a refletir sobre fotografia

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  No final do primeiro capítulo do livro “Photographic Possibilities: The Expressive Use of Ideas, Materials, and Processes” [i] , de Robert Hirsch e John Valentino, os autores listam uma série de perguntas, segundo os mesmos, “As respostas fornecidas não impedem outras respostas". Eles oferecem um caminho inicial para formar uma base de discussão, provocar e, por sua vez, ajudar os leitores a formular próprias respostas.” São muitas e só vou apresentar algumas iniciais para estimular os amigos a lerem o livro. Só para constar, não sou tradutor, portanto, apresento apenas a minha versão de “tradução” que foi feita com apoio do Google Tradutor.   O que se pode fazer para se tornar um fotógrafo? Olhar para fotografias pode ser uma atividade primária. Fotografias são feitas a partir de outras fotografias, bem como desenhos, pinturas e gravuras. Olhe para o que impulsiona sua curiosidade. Olhe para os clássicos. Eles foram preservados porque os padrões registrados neles provaram

A “máquina” da minha sobrinha

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A minha sobrinha fez 15 anos e a família resolveu presenteá-la com uma “máquina fotográfica”. Como eu estou envolvido com fotografia me pediram para escolher uma câmera que lhe permitisse tirar fotos com “melhores” que aquelas que ela já obtinha com o telefone móvel. Quando comecei a pensar no assunto, me dei conta que, até recentemente, nunca tinha realmente “escolhido” conscientemente uma câmera fotográfica. A minha primeira câmera fotográfica foi uma Voitghländer VITO CSR. Minha mãe sempre gostou de tecnologia e resolveu usar suas economias para comprar uma “máquina” fotográfica para a nossa casa. Foi a uma loja e ao invés de comprar uma câmera simples com poucos ajustes, o que hoje se chama point and shoot , comprou uma câmera com ajustes manuais e com um sistema de foco nada intuitivo. Para um garoto de onze ou doze anos era uma dificuldade lidar com a câmera. Ao fim e ao cabo acabou por ser uma boa escolha e que, depois de muita tentativa e erro, permitiu tirarmos fotos basta
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Primeira Postagem Olá! Bem vindos ao Blog de Eduardo França - WorkBook de Fotografia Aqui vamos tratar de assuntos ligados a fotografia em geral. Estas duas primeiras frases foram sugestões do Blogger. Resolvi deixá-las para me lembrar que já existem muitos blogs falando de fotografia na internet e que este é apenas mais um. Há alguns anos, no início da minha primeira aula de um curso básico de fotografia, no momento em que fazia minha apresentação ao grupo, o professor me perguntou: “Você está aqui para ser um fotógrafo profissional ou para ser feliz?” Alguma coisa na pergunta me incomodou, embora eu não soubesse bem o que. Na hora respondi que desejava tornar-me um amador dedicado capaz de produzir consistentemente fotos que me agradassem. Entretanto, aquelas palavras ficaram gravadas na minha memória. Muitas vezes quando pensava em fotografia, elas me vinham a mente. Com o tempo descobri que o que incomodava era o antagonismo proposto pela pergunta, ou fotografar para “ser feliz”, s